O que me tranquiliza nesse mundo de turbilhões
- onde troca-se certo por errado com a simplicidade de um suspiro,
é que esse mesmo mundo dá voltas
e talvez escapar pela tangente não seja o oitavo pecado capital que aparenta ser;
Entretanto, não se deve deixar afastar demais sua rota
- é necessário saber a hora de voltar para sua circunferência
e deixar a roda da vida completar o seu caminho original.
Fez-se valer o ditado e, finalmente, o proibido mostrou-se melhor. A sensação que apodera-se do corpo e da alma é quase tão prazerosa quanto a magia dos chocolates de Pessoa; O gosto da cumplicidade compara-se ao dos mais refinados açúcares do mundo. E a espera vem como a de uma criança que aguarda o doce e conta cada interminável segundo, esperando o momento certo para se esconder e, com um sorriso de satisfação, tê-lo só para si por alguns minutos.
- Until then, old friend, your secret is safe with me.
'Deixar de (des)escrever, aceitemos, não é para essa bailarina aqui.' Larissa Alderete
E então, mais uma vez em contato com aquela que sempre me inspirou, sou levada a admitir que, sem minhas palavras deixadas ao léu, passadas a limpo para reflexão de meu público interior, não me sinto completa.
Ao mesmo tempo confusas e claras, elas me fazem perceber que nada é tão certo - e que tudo é certo. Fazem-me desentender como a angustiante melancolia de um poente transforma-se miraculosamente na reconfortante paz de um sol nascente;
E permitem-me enxergar que, no fim, tudo não passa do belo casamento do horizonte com a estrela que nos é vital, vista com os olhos de diferentes marinheiros navegando em seus mais tempestuosos e serenos sentimentos.